Quando cheguei na ília em 2016, a empresa já era conhecida por desenvolver produtos digitais, com uma equipe robusta de designers e desenvolvedores Android e iOS.
Naquele tempo, entrei para trabalhar em um projeto para uma grande empresa de seguros. Como eu era novo, ainda não conhecia bem o time e como as coisas funcionavam.
Eu inicialmente pensei que era o único desenvolvedor Java da ília. No entanto, logo percebi que a empresa usava uma stack poliglota para backend e frontend, variando conforme o projeto.
No backend, por exemplo, temos pessoas que trabalham com Node, Ruby, .NET, Java, Kotlin e Scala, entre outros. Na época, eu ainda não sabia de toda essa diversidade.
Apesar de trabalhar com um time altamente qualificado na ília, senti-me deslocado nos primeiros meses. Achei que, ao falar sobre backend, o time só mencionaria Node ou Ruby.
A surpresa veio quando descobri outros profissionais na ília que também trabalhavam com Java em diferentes projetos.
Não me levem a mal, não considero Java a solução para tudo. No entanto, reconheço que ele ainda tem seu lugar em vários cenários. Esse momento despertou minha empolgação, pois percebi que na ília tínhamos pessoas para discutir e evoluir em aspectos essenciais.
De onde surgiram as chapters na ília?
Em 2017, adotamos na ília um modelo de chapters e guilds influenciado pelo Spotify. Digo influenciado, pois não temos um produto musical dividido em módulos por times e muito menos somos uma empresa da Suécia.
Além disso, esse “modelo” se tornou uma buzzword e um ideal a ser alcançado que só funciona dentro da própria cultura deles.
Quando vejo alguém dizendo que faz algo “igual” ao Spotify, entendo que não é por mal, mas é evidente que a pessoa ainda não percebeu que ecossistemas e culturas são únicos.
A Importância da Cultura na Implementação de Modelos
O essencial é compreender a cultura da sua própria empresa e como as pessoas são influenciadas por ela e também a influenciam.
Na ília, hoje, temos vários Chapters acontecendo simultaneamente. Essa cultura, que realmente fincou raízes e se tornou uma realidade viva na nossa empresa, valoriza a troca de conhecimento e, principalmente, fortalece os projetos em que estamos envolvidos.
Como define o antropólogo Edward Tylor, cultura é “todo aquele complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, moral, lei, costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”.
É exatamente sobre isso que quero falar na minha série de conteúdos sobre os Chapters na ília. Estes grupos, formados por pessoas com habilidades comuns, se reúnem para discutir tendências e compartilhar conhecimentos de maneira autônoma e sustentável.
Além disso, vou compartilhar alguns aprendizados que obtive ao longo da minha jornada na ília e além, reconhecendo que as pessoas são sociáveis e se juntam por objetivos e interesses em comum.
Portanto, seja você parte de uma empresa de TI ou não, tenho certeza de que as dicas serão aplicáveis e valiosas!
Você pode acompanhar outros dois artigos desta série:
- 3 práticas comuns que mais atrapalham as chapters do que ajudam: Compromisso e pontualidade e como isso impacta nos nossos encontros.
- Um lugar para chamar de seu: em que discutiremos como aumentar a participação das pessoas e como trazer novos conteúdos.
Texto: Arthur Fonseca, Head de Engenharia da ília