Web Summit Lisboa: tecnologia e inovação com olhar humanizado

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Nossa participação no Web Summit Lisboa neste mês de novembro tem gerado muitas reflexões entre nossas pessoas sobre o futuro da tecnologia e da inovação no mundo. Sempre atentos às tendências da nossa área de atuação, participamos do evento representados pelo nosso Head de Operações, Murilo Magalhães, e nossa Business Development Manager, Paula Cárdenas, que compartilharam com a gente alguns insights. 

Metaverso, o futuro da internet 

Não é novidade que o Metaverso tem ganhado força. Ainda visto como um universo de gamers, a Head of Product da Meta, Naomi Gleit, trouxe o assunto de uma forma mais realista, e levantou o tema para discussão em palestras, debates e abordagem por muitas das empresas presentes no Web Summit.

Hoje, a empresa de Mark Zuckerberg tem investido, anualmente, bilhões no desenvolvimento do Metaverso, mesmo contrariada por investidores. Otimista com o projeto, Gleit disse que “o Metaverso acontecerá com ou sem o investimento da Meta”. Ela defendeu ainda que o Metaverso é uma evolução da internet atual, que acontece em 2D, para a 3D.

Gleit falou sobre o espaço virtual ser algo como complemento da realidade em diversas áreas, como na moda, na medicina, na educação, no empreendedorismo, mas sem substituir a conexão entre pessoas na vida real. “Há um conceito errado de que o metaverso está substituindo o estar presente em pessoa, não é essa a intenção”, defendeu a executiva. 

“Foi impressionante como o Metaverso esteve presente nas discussões, nos stands das empresas, que ofereciam experiências no mundo virtual, e também nas rodas de conversa. É um assunto ainda pouco explorado pelo público em geral, mas muito forte entre empresas e especialistas em tecnologia e inovação”, destacou Murilo. 

Criptomoedas, uma realidade

Changpeng “CZ” Zhao, fundador e CEO da Binance, uma das maiores corretoras de compra e venda de criptomoedas do mundo, trouxe para o palco principal do Web Summit Lisboa a discussão sobre criptomoedas e blockchain, mostrando a crescente influência do tema no ecossistema global de tecnologia.  

As criptomoedas existem há 13 anos, o que é considerado novo no universo da tecnologia e ainda é tema de muita discussão. 

“No Web Summit, muito se falou sobre a importância de se avaliar bem os projetos que envolvem criptomoedas, estudar e avaliar sua segurança e aplicabilidade, e também a volatilidade do mercado. É um universo com muito espaço para discussão”, afirmou Murilo.

O mundo todo fala a mesma língua da tecnologia

Uma das coisas que mais chamou a atenção no evento foi a pluralidade. Tanto de público quanto de palestrantes. Foram mais de 1000 speakers de 160 países, número maior do que as 128 nações representadas no ano anterior. 

“Isso traz uma diversidade de olhar, de cultura, de ver como cada país vive a tecnologia e a inovação. Por mais que sejam temas globais e que as tendências sejam compartilhadas por todo o mundo, ouvir representantes de diferentes países amplia nossa forma de encarar a tecnologia e o futuro dela”, analisou Murilo. 

Outro ponto observado dentro do tema da diversidade foi a ampla participação das mulheres na edição de 2022: elas representaram 42% do público. 

“O Web Summit está comprometido em fechar a lacuna de gênero. Pudemos ver durante o evento muitos estandes sendo representados por mulheres no universo de tecnologia e startups focadas em capacitar ainda mais mulheres a se dedicarem ao futuro da tecnologia. Penso que estes espaços são bastante relevantes para nós, porque criam oportunidades de desenvolvimento para as mulheres STEM, fortalecem nossa rede e assim podemos ser orientados por mulheres de alta relevância no setor. Tudo isso para uma maior capacitação na indústria de tecnologia”, comentou Paula.

Startups e suas ideias ganhando o mundo 

O Web Summit Lisboa contou com mais de 2.300 startups, crescimento de mais de 30% em relação ao ano passado, quando esse número foi de 1.519. “Isso mostra o quanto o mercado está aberto a novas possibilidades, com mais incentivos em vários lugares do mundo, para que ideias possam vir a se tornar um produto e que isso possa ter impacto positivo na vida das pessoas”, disse Murilo. 

Do Brasil, foram 270 startups, selecionadas pelo Sebrae. A presença brasileira foi muito forte no evento, estivemos entre os cinco países com maior número de representantes. Um enorme stand do Brasil foi ponto de encontro de muitos brasileiros e vitrine para o que vem sendo construído aqui. 

Essa ampla participação expandiu o olhar da organização do evento, que prepara para 2023 uma edição extra no Rio de Janeiro, em maio. “Investidores internacionais estão de olho na América Latina e no Brasil, em particular, atraídos por algumas das mais quentes startups da região. No ano passado, o Brasil teve mais de dez companhias que alcançaram o status de unicórnios e as startups do País movimentaram US$ 9,4 bilhões, o triplo do valor de 2020”, disse Paddy Cosgrave, fundador e CEO do Web Summit.

O Web Summit Lisboa mostrou o quanto Portugal tem investido em transformação digital e se tornou um ponto de encontro de profissionais e empresas com ideias inovadoras. A edição de novembro do ano que vem está mantida e o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, falou sobre a expectativa para 2023 e para a participação do Brasil no evento. “Eu vou para o Rio de Janeiro. Mas, prometam a mim que vão voltar a Lisboa e trazer os latinoamericanos com vocês”, declarou Sousa. 

Por aqui, já estamos ansiosos para novas trocas e novos conhecimentos.